A arte da azulejaria é das áreas mais conceituadas de Portugal, onde existe uma variedade de norte a sul do país de altíssima qualidade. Sendo nossa filosofia dar privilégio a material nacional, o azulejo surge como uma paixão e como um dos nossos materias de eleição.

Quando falamos de azulejos, falamos de azulejo verdadeiro, ou seja, de chacota tradicional, bicozido e de pintura manual – este é o azulejo verdadeiro, o que dura no tempo e que dá a cada projecto uma personalidade única.

O azulejo e o seu vidrado quando artesanais são sempre únicos, é através do azulejo que trazemos cor para arquitectura, sendo que a paleta de cores na azulejaria é muito variada e elegante. Gostamos de usar o azulejo de forma criativa, onde conjungamos padrões tradicionais de forma contemporânea, ou jogamos com tonalidades diferentes do mesmo tom para criar paineis identitários.

É através dos primeiros projetos de reabilitação que esta paixão surge, onde o azulejo artesal marca a arquitectura tradicional portuguesa, quisemos preservar esta característica e ao mesmo tempo reinterpretar esta tradição da arquitectura nacional. Vamos assim ao encontro da nossa forma de ver e pensar na arquitectura: reinterpretar a tradição e redesenhá-la de forma contêmporânea, dando-lhe a identidade do lugar.

Gostamos de trabalhar com o azulejo muitas vezes de desperdício, considerado de segunda escolha por ter pequenos defeitos, mas que não coloca em causa a qualidade da peça. Vemos beleza nestes defeitos, uma pintura mais manchada que dá a cada azulejo personalidade própria e que quando conjugado de forma estratégica cria manchas de cor únicas. Estas peças são de preço mais acessível e ajudam a uma obra mais sustentável.

O azulejo para além de um material nobre e de tradição nacional, é também um material muito resistente, que não perde cor com o tempo e impermeável, sendo um material que trás segurança e longevidade aos planos onde é aplicado.

Trabalhar com azulejos é, acima de tudo, uma forma de homenagear e preservar o património construtivo português, reinterpretando-o com autenticidade e respeito, para criar uma arquitetura com alma, enraizada no lugar e voltada para o futuro.